O rapper canadense Drake voltou aos holofotes recentemente, mas desta vez não por seu trabalho musical. Personagem frequente de notícias relacionadas a bets em esportes, o astro desabafou nas redes sociais sobre o hábito.
Em uma postagem, Drake revelou que já perdeu mais de 8 milhões de dólares (cerca de R$ 44 milhões) com bets em esportes nos últimos anos. Em sua publicação, o cantor afirmou: “As perdas estão tão ruins agora. Preciso compartilhar o outro lado das apostas”, expondo os impactos negativos de seu envolvimento contínuo com o universo das apostas esportivas.
Desde que iniciou parceria com uma plataforma do setor, em 2022, Drake acumulou um histórico de mais derrotas do que vitórias. Segundo levantamento feito pelo Lance, em um recorte de 14 apostas de alto valor, o rapper acertou apenas quatro, registrando um saldo negativo de US$ 3,5 milhões (cerca de R$ 19 milhões) até julho de 2024.
Entre os episódios mais marcantes estão derrotas como a de Tyson Fury para Oleksandr Usyk no boxe, em que perdeu US$ 565 mil, e a aposta de US$ 500 mil na vitória do Dallas Mavericks sobre o Boston Celtics na NBA.
Não por acaso, sua má sorte virou meme nas redes sociais e ganhou até apelido: a “Maldição de Drake”. Diversos torcedores passaram a temer o apoio do rapper aos seus times ou atletas favoritos, pois os resultados frequentemente contrariavam seus palpites. Ainda assim, Drake manteve-se ativo nesse mundo de bets em esportes, compartilhando abertamente seus bilhetes e análises pessoais.
O mais novo capítulo da saga de derrotas do rapper ocorreu no UFC 317, realizado no fim de junho. Drake apostou US$ 200 mil (aproximadamente R$ 1,1 milhão) na vitória de Charles do Bronx contra o georgiano Ilia Topuria. Um triunfo do brasileiro teria rendido ao artista US$ 880 mil (mais de R$ 4,8 milhões), mas a luta terminou em nocaute ainda no primeiro round, com Topuria conquistando o segundo cinturão de sua carreira.
Mesmo após tantos prejuízos, Drake não demonstra intenção de abandonar o hábito. Só no último mês, movimentou mais de US$ 124 milhões em apostas, o que equivale a cerca de R$ 680 milhões. Ele próprio reconheceu a dimensão do problema: “Sou um apostador esportivo falho. Isso definitivamente não é o meu dom.”
Embora a fortuna estimada de Drake supere os US$ 250 milhões, o envolvimento com apostas de alto risco, somado ao impacto emocional das derrotas constantes, levanta questionamentos sobre os limites entre entretenimento e vício, especialmente quando figuras públicas influenciam milhões de fãs ao redor do mundo.
Caso Drake estivesse no Brasil, sua participação ativa na promoção e divulgação de bets em esportes poderia ser interrompida por força da lei. O Senado brasileiro aprovou recentemente um projeto de lei que veta atletas e influencers em anúncio de bets, além de outras restrições à propaganda de apostas esportivas. A proposta ainda aguarda apreciação na Câmara dos Deputados antes de ser encaminhada para sanção presidencial.
A medida visa proteger públicos vulneráveis, como crianças e adolescentes, e evitar que as apostas sejam promovidas como alternativa de sucesso pessoal ou solução financeira. Se convertida em lei, a legislação poderia servir como modelo regulatório para outros países, principalmente diante do crescente número de personalidades que atuam como promotores do mercado bilionário das bets em esportes.
