
Ouvir música enquanto se come é um hábito comum em diferentes ambientes, como no carro, em casa ou em restaurantes. No entanto, estudos recentes indicam que esse comportamento pode tanto beneficiar quanto prejudicar a alimentação, dependendo de como a música é utilizada.
Quando o volume está alto, a atenção se desloca da comida para o som, o que pode afetar a percepção de saciedade. Isso leva a comportamentos como comer rapidamente, mastigar pouco, ignorar os sinais de que já se está satisfeito e exagerar nas porções. Uma pesquisa publicada na revista Food Quality and Preference revelou que o consumo calórico pode aumentar em até 20% em ambientes com música alta.
Além disso, músicas com batidas aceleradas tendem a induzir uma mastigação apressada, o que dificulta a digestão, gera sensação de estufamento e reduz a absorção de nutrientes.
Por outro lado, quando usada de forma consciente, a música pode ser uma aliada. Sons suaves ajudam a reduzir a ansiedade e o estresse, diminuindo a fome emocional e favorecendo escolhas alimentares mais saudáveis. Músicas calmas também promovem uma mastigação mais lenta, o que melhora a digestão e aumenta a sensação de saciedade.
Ouvir música agradável durante as refeições pode tornar o momento mais prazeroso e consciente. Para aproveitar esses benefícios, recomenda-se manter o volume baixo, escolher músicas tranquilas e evitar distrações como televisão e celular.
Entretanto, o uso inadequado da música — como em ambientes com som alto ou músicas muito agitadas — pode contribuir para uma alimentação desatenta, especialmente em pessoas com histórico de compulsão alimentar ou que comem por ansiedade.
Em resumo, ouvir música durante as refeições não é, por si só, prejudicial. O impacto depende do tipo de música, do volume e da atenção dedicada ao ato de comer. Quando bem escolhida, a trilha sonora do momento pode até melhorar a qualidade da alimentação.

