A polêmica envolvendo o padre Fábio de Melo e um ex-gerente da cafeteria Havanna em Joinville (SC) ganhou proporções internacionais e chegou até o Vaticano. O religioso foi formalmente denunciado à Congregação para a Doutrina da Fé — órgão da Igreja Católica responsável por investigar condutas inadequadas de clérigos — após um desentendimento com Jair José Aguiar da Rosa, que foi demitido após o episódio viralizar nas redes sociais.
Segundo o jornalista Ricardo Feltrin, a denúncia foi feita por um bispo de Santa Catarina, que alegou que o padre não teve uma atitude cristã diante do ocorrido. Embora não haja punições severas previstas, o registro pode manchar a reputação e o histórico eclesiástico do padre.
A Congregação para a Doutrina da Fé, que já foi comandada por Bento XVI antes de se tornar papa, é uma das instituições mais rigorosas da Igreja e lida com denúncias que vão desde desvios de conduta até crimes graves como pedofilia.
Além da denúncia eclesiástica, o ex-gerente também entrou com uma ação cível contra o padre e prepara uma ação trabalhista contra a cafeteria. Segundo o advogado Eduardo Tocilo, a empresa tentou se proteger da repercussão do vídeo jogando toda a culpa sobre o funcionário.
Jair relatou que, desde a demissão, sua vida virou de cabeça para baixo: ele foi diagnosticado com três síndromes diferentes, entrou em depressão e precisou trancar a faculdade a apenas três meses da formatura. Em entrevista ao programa Tá na Hora, do SBT, o ex-gerente afirmou que nem chegou a interagir com o padre no momento da confusão, e que tudo foi um grande mal-entendido.
Em resposta, padre Fábio de Melo divulgou uma nota dizendo que nunca teve a intenção de prejudicar ninguém e criticou os julgamentos precipitados das redes sociais. Ele reafirmou seu compromisso com o amor, o perdão e a missão cristã.