Uma descoberta surpreendente na Espanha pode mudar tudo o que sabemos sobre os neandertais. Pesquisadores encontraram o que pode ser a impressão digital humana mais antiga já registrada — datada de 43 mil anos — em uma pedra com pigmento ocre no sítio arqueológico Abrigo de San Lázaro, em Segóvia. A marca parece completar uma espécie de rosto esculpido, sugerindo que nossos “primos” extintos tinham habilidades artísticas e simbólicas muito antes do que se imaginava.
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A análise da peça, feita por uma equipe que inclui peritos da polícia científica espanhola, aponta para uma possível manifestação de arte mobiliar — objetos portáteis com significado simbólico. O Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) classificou o achado como único e de alto valor patrimonial. No entanto, nem todos estão convencidos: especialistas alertam que a interpretação pode ser resultado de pareidolia — a tendência humana de ver padrões familiares onde eles não existem — e que faltam provas conclusivas, como DNA, para confirmar a autoria neandertal.
Apesar das controvérsias, o achado se soma a outras evidências de que os neandertais eram mais criativos do que se pensava. Estudos anteriores já mostraram que eles criavam arte rupestre há mais de 66 mil anos, como os estênceis de mãos encontrados na caverna Maltravieso, também na Espanha. Essas descobertas desafiam a ideia de que apenas os Homo sapiens eram capazes de pensamento simbólico e expressão artística.
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Se confirmada, essa impressão digital não só seria a mais antiga já encontrada, mas também uma prova de que os neandertais tinham uma vida cultural rica e complexa. Afinal, deixar uma marca em uma pedra pode ser mais do que um simples acidente — pode ser um recado de 43 mil anos atrás, mostrando que a arte é uma herança muito mais antiga do que imaginávamos.
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