A regulamentação do mercado de aposta no Brasil entrou em vigor no início de 2025, estabelecendo diretrizes rigorosas para garantir a segurança dos jogadores e a transparência das operações.
Entre as principais mudanças, a exigência de que todas as plataformas licenciadas operem no domínio “.bet.br” surge como um fator fundamental para diferenciar sites legítimos de operadoras clandestinas. O governo também implementou um sistema de supervisão financeira, o Sistema de Gestão de Apostas (Sigap), permitindo o monitoramento contínuo das transações e assegurando um controle mais rígido sobre o setor.
Com essas novas medidas, a proteção dos jogadores se tornou um dos pilares centrais da regulamentação. O processo de registro nas plataformas passou a incluir reconhecimento facial, além da exigência de uma conta bancária vinculada ao CPF do usuário. Essa mudança evita fraudes e impede que terceiros utilizem contas de jogadores sem autorização, promovendo um ambiente de apostas mais seguro.
Além disso, o Ministério da Fazenda agora monitora os valores das apostas em relação à renda declarada dos jogadores, permitindo a identificação de padrões suspeitos e prevenindo situações de endividamento causadas por jogadores irresponsáveis.
Ao mesmo tempo, as operadoras passaram a ser obrigadas a adotar mecanismos para estimular o jogo responsável, incluindo limites de depósito, controle de frequência de aposta e alertas automáticos para evitar o desenvolvimento de vícios.
Perfil do apostador brasileiro
Com a regulamentação, torna-se importante compreender o perfil do apostador brasileiro para avaliar os impactos dessas mudanças. Levantamento da ENV Media encontrou uma idade média de 39 anos para os jogadores, sendo que o grupo de 25 a 40 anos representa a maior parcela desse público (57%).
As informações vão ao encontro de dados divulgados pela casa de aposta KTO, que mostram a preferência dos jogadores por arriscar pequenas quantidades, mas em busca de oportunidades com mais volatilidade. Isso se traduz na popularidade de slots com maiores multiplicadores, entre os jogos de cassino, ou acumuladas com odds elevadas, no caso dos esportes.
Homens e mulheres estão quase igualmente representados no universo da aposta, embora os homens ainda dominem as apostas esportivas. Já no segmento de jogos de cassino e loteria, a participação feminina se destaca mais.
No aspecto socioeconômico, a maior parte dos apostadores pertence às classes A e B (52%), o que indica que as apostas online ainda são predominantemente consumidas por um público com maior poder aquisitivo. No entanto, há uma forte presença da classe C (48%), que acompanha a distribuição nacional de renda.
A frequência com que os brasileiros apostam também evidencia um comportamento relativamente moderado. A maioria dos jogadores se engaja de forma ocasional (38%) ou mensal (23%), enquanto uma parcela menor faz apostas semanais (16%) ou diárias (8%).
Esse padrão de comportamento reforça a ideia de que, para muitos, a aposta é uma forma de lazer e não como um meio de obter renda fixa. No mesmo sentido, as bets também estão se tornando mais acessíveis para diferentes perfis de jogadores, apesar de ainda serem vistas como um entretenimento premium, seja nos esportes ou nos jogos de cassino.
A quantia gasta pelos apostadores confirma essa tendência, já que mais da metade investe valores modestos, geralmente abaixo de R$ 50 por mês. Apenas 9% dos jogadores gasta quantias superiores a R$ 200 mensais, o que demonstra que o jogo online continua sendo um passatempo controlado para a maioria dos usuários.
Futuro do mercado de aposta
O futuro do mercado de aposta no país promete um cenário mais justo e transparente, beneficiando tanto os jogadores quanto as operadoras que seguem as regras. Com medidas rigorosas de verificação, fiscalização financeira e bloqueio de operadoras ilegais, o setor passa a oferecer um ambiente mais seguro e confiável para os apostadores.
O aumento da conscientização sobre o jogo responsável e a adesão crescente às plataformas licenciadas mostram que o Brasil está no caminho certo para equilibrar o crescimento da indústria com a proteção dos consumidores.
