A rede atacadista Atakarejo terá de pagar R$ 20 milhões de indenização por dano moral coletivo e terá que adotar diversas medidas de combate ao racismo, por conta da morte de dois jovens negros dentro da unidade de Salvador, que aconteceu em 2021.
O acordo por dano moral coletivo foi proposto pela Defensoria da União. Quase dois anos e meio após o caso, a rede fechou um acordo judicial, não só com a Defensoria Pública da União (DPU) , como também com diversas instituições e entidades negras, homologado na última segunda-feira (18). O Atakarejo pagará a primeira parcela em meados de outubro. São 36 fixas no total. A quantia será destinada ao Fundo de Promoção do Trabalho Decente (Funtrad) e deverá ser utilizada para custear, preferencialmente, “iniciativas que guardem afinidade com o combate ao racismo estrutural”.
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Também subscrevem o documento a Defensoria Pública da Bahia, Ministério Público do Trabalho na Bahia, Ministério Público Estadual, Educafro, Odara – Instituto da Mulher Negra e Centro Santo Dias de Direitos Humanos. O acordo foi protocolado no âmbito de uma ação civil pública e não descarta outros processos contra a empresa, como na esfera criminal e ações indenizatórias para a família das vítimas.
O caso ocorreu em abril de 2021, quando seguranças do supermercado flagraram Bruno Barros, de 20 anos, e Yan Barros, de 19, tio e sobrinho, furtando carne no estabelecimento. Os funcionários deterem os dois, mas Bruno, conseguiu pedir ajuda a uma amiga pelo telefone. Em mensagens, ele teria dito que precisava de cerca de R$ 700 para pagar os quatro pacotes de carne furtados. Bruno chegou a dizer que precisava do dinheiro, porque se não, ele e Yan seriam entregues a traficantes. A mulher tentou obter o valor.
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Bruno e Yan foram encontrados mortos. Eles estavam com sinais de tortura, dentro do porta-malas de um carro, na comunidade de um bairro da periferia de Salvador. Bruno estava desempregado, mas recebia ajuda da mãe. Ele deixou uma filha, de 12 anos. Yan cursava o 9º ano em um projeto de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e fazia o curso de música no Projeto Axé.
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