Julgamento de Bolsonaro pode fortalecer sua base e intensificar divisões,

O jornal britânico Financial Times apontou que o julgamento de Jair Bolsonaro por suposta tentativa de golpe de Estado pode acabar impulsionando sua popularidade e aprofundando a polarização política no Brasil. O ex-presidente, que nega as acusações, tornou-se réu na semana passada após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). As autoridades brasileiras buscam realizar o julgamento antes do início da campanha presidencial de 2026, evitando um cenário semelhante ao dos processos judiciais que marcaram a candidatura de Donald Trump nos Estados Unidos.

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A publicação traça um paralelo entre o caso de Bolsonaro e o de Luiz Inácio Lula da Silva, que foi preso em 2018 por corrupção, mas teve suas condenações anuladas. A reportagem destaca que, assim como ocorreu naquela época, o processo tem gerado reações opostas: opositores pedem punição exemplar, enquanto apoiadores denunciam perseguição política. Um levantamento da AtlasIntel indica que a opinião pública está dividida, com 51% dos brasileiros acreditando que Bolsonaro tentou um golpe e 48% o considerando inocente.

O Financial Times também ressalta o papel do STF no caso, mencionando que a corte acumulou poderes consideráveis nos últimos anos. A presença de ministros como Alexandre de Moraes, apontado como uma das supostas vítimas da conspiração, levanta questionamentos sobre imparcialidade. Além disso, a composição do tribunal inclui Cristiano Zanin e Flávio Dino, ex-advogado e ex-ministro da Justiça de Lula, o que reforça as críticas da base bolsonarista sobre um possível viés favorável ao atual governo.

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Por fim, o jornal britânico observa que o julgamento pode ter implicações internacionais, especialmente devido à relação de Bolsonaro com Donald Trump. Eduardo Bolsonaro tem mantido contato próximo com aliados do ex-presidente americano, e qualquer desdobramento relevante no Brasil pode influenciar a política externa, principalmente diante do cenário eleitoral nos Estados Unidos. O STF, por sua vez, rejeita as acusações de parcialidade e afirma que o processo segue rigorosamente os trâmites constitucionais.