Um caso chocante de trabalho análogo à escravidão foi denunciado em Juína, no Mato Grosso. Um idoso de 63 anos, sem carteira assinada e sem receber salário há 16 anos, foi resgatado de um sítio durante uma operação realizada por Auditores-Fiscais do Trabalho entre os dias 8 e 13 de junho de 2024.
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De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o idoso, que não possui documentação pessoal, vivia em condições precárias no local. Ele era responsável por cuidar de diversos animais, incluindo ovelhas, galinhas, leitões e cavalos, além de realizar a manutenção de cercas, curral e de uma pequena horta. O trabalho era árduo e extenuante, inclusive aos domingos, sem direito a férias durante todo o período de 16 anos.
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Os donos da propriedade, por sua vez, admitiram que não pagavam o trabalhador, justificando que forneciam comida, roupas e sapatos como forma de pagamento. Alegaram ainda que o idoso não teria condições de administrar o dinheiro caso recebesse, o que configura uma forma de controle e dependência ainda maior.
Sem dinheiro e sem documentos, o idoso se encontrava em situação de extrema vulnerabilidade e dependência total da família empregadora, sem qualquer liberdade para sair do local. A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso ressalta que essa situação configura trabalho análogo à escravidão, caracterizada pela total submissão do trabalhador ao empregador.
Os empregadores foram notificados para regularizar a situação do trabalhador e pagar as verbas rescisórias devidas. O idoso foi encaminhado para um abrigo municipal, onde receberá assistência social e terá a oportunidade de tirar seus documentos pessoais.
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