O Conselho Federal de Medicina (CFM) confirmou, por unanimidade, a cassação do registro do ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 42 anos, condenado a 277 anos de prisão por abusar 21 mulheres em Anápolis e Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal.
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O Conselho Regional de Medicina de Goiás (CRM-GO) havia cassado o registro do profissional. Ao analisar o recurso, o Tribunal Superior de Ética Médica do CFM negou a tentativa apresentada pela defesa de Nicodemos.
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“Por unanimidade, foi confirmada a sua culpabilidade e mantida a decisão do Conselho de origem”, afirmou o CFM em publicação no Diário Oficial da União desta quinta-feira (28/3).
Em 2023, a 2ª Vara Criminal da comarca de Anápolis (GO) condenou Nicodemos a 277 anos, dois meses e 19 dias de reclusão, em regime fechado, pelos crimes de violência contra o vulnerável, violação intima mediante fraude e assédio.
Em um dos processos julgados pela juíza titular da 2ª Vara Criminal, Lígia Nunes de Paula, Nicodemos foi condenado a 163 anos de prisão pelo crime contra 12 vítimas e, no outro, envolvendo 9 mulheres, a 114 anos. O médico ainda deverá pagar R$ 100 mil de indenização por danos morais para cada vítima. As sentenças são do dia 7 de junho.
Ao fundamentar sua decisão, a magistrada apresentou dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que revelam que, apenas em 2022, na justiça estadual brasileira de primeiro grau, surgiram 25.875 novos processos criminais em que se apuram delitos contra a dignidade, sendo que, destes, apenas na justiça estadual goiana de primeiro grau foram judicializados 1.492.
Relembre os casos
O ginecologista Nicodemos se tornou alvo de investigação depois que mulheres procuraram a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Anápolis para denunciar que foram vítimas de crimes íntimos dentro do consultório. Ele era vinculado ao plano de saúde América e atendia pacientes desse plano.
Inicialmente, foram três vítimas, mas o caso ganhou repercussão e outras se sentiram seguras para registrar os crimes. Elas relataram diversos tipos de comportamento, comentários e atos com conotações por parte do ginecologista, o que as deixava desconfortáveis e se sentindo “invadidas”.
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