Em entrevista concedida na quinta-feira (28.nov.2024), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelou ter debatido com militares a possibilidade de decretar estado de sítio após a derrota nas eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro justificou a discussão como uma tentativa de encontrar, na Constituição Federal, formas de questionar o sistema eleitoral, mas alegou que o plano foi descartado devido à baixa viabilidade.
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“Eu discuti, sim, hipóteses como estado de sítio, estado de defesa e o artigo 142 da Constituição. Não foi uma discussão acalorada, mas buscamos entender o que poderia ser feito dentro das ‘quatro linhas’ para expor os erros do sistema eleitoral”, afirmou Bolsonaro durante o programa Oeste Sem Filtro.
De acordo com investigações da Polícia Federal, Bolsonaro é apontado como líder de uma organização que teria articulado uma tentativa de golpe de Estado em 2022. O relatório cita depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas, que confirmam terem sido apresentados a essas ideias. No entanto, a resistência do Alto Comando do Exército e da Aeronáutica teria impedido que o plano avançasse.
Bolsonaro defendeu sua conduta, alegando que as possibilidades discutidas estavam amparadas pela Constituição e, portanto, não configurariam um golpe. Ele afirmou ter considerado as opções após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitar um pedido de revisão eleitoral feito em novembro de 2022. “Recebemos uma multa de R$ 22 milhões e entendemos que recorrer poderia trazer consequências piores, como a cassação do partido. Por isso, buscamos outras alternativas dentro da Constituição”, explicou.
O ex-presidente encerrou o assunto ressaltando que, ao perceberem a inviabilidade de sucesso, as ideias foram abandonadas. “Não tínhamos chance de sucesso. Esquece isso, ponto final”, declarou.
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