William Bonner afirmou que tem evitado frequentar espaços públicos devido a episódios de hostilidade motivados pela polarização política no Brasil. O apresentador falou sobre o tema no programa Altas Horas, da TV Globo, no último sábado (22), e relatou que há anos sofre ataques nas ruas por parte de pessoas que discordam das mensagens transmitidas pelo Jornal Nacional.
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Durante a entrevista, Bonner apontou que as redes sociais contribuíram para a formação de bolhas ideológicas. “Se você só tem contato com quem concorda com você, quando alguém discordar de você, haverá um enorme estranhamento. Até aí está tudo bem. O problema é que estimulou-se todo mundo a transformar o estranhamento em hostilidade”, disse.
Ele também relembrou o período em que enfrentava críticas de diferentes grupos políticos. “Eu era hostilizado naquela época muito pela esquerda, porque o noticiário desagradava a esquerda. Aí teve um momento em que a direita começou a crescer no Brasil, também fazendo um discurso contra a imprensa, porque a direita tem esse discurso anti-imprensa. Não apenas no Brasil, no exterior também, para descreditar a mídia e fazer você acreditar na tia do WhatsApp”, afirmou.
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O jornalista contou que, em determinados momentos, era alvo de ataques tanto da esquerda quanto da direita. “O lugar em que eu moro no Rio de Janeiro, se eu saísse para o lado direito, eu era hostilizado pelo pessoal da esquerda. Se eu saísse pelo lado esquerdo, eu era hostilizado pela direita”, relatou. “Passou um tempo, o pessoal da esquerda deu uma marinada, e o pessoal da direita ficou mais raivoso”, completou.
“Já fui xingado das mais variadas coisas, mas você cria uma casca. Hoje eu não deixo de fazer meus exercícios na rua, temendo que alguém, ou a esquerda ou a direita,vai me hostilizar. Mas eu tenho que dizer: show da Blitz [banda convidada do Altas Horas]? Não vou. Teatro? Não vou. Eu recebo muitos convites, mas porque, qual é o meu temor: se eu for a um teatro e houver um –porque basta um– num teatro, num avião, num aeroporto… Basta um levantar a voz e fazer uma graça com o celular filmando e eu arruino um show, arruino a peça de teatro, eu estrago a viagem de todo mundo”, acrescentou.
“Então eu prefiro viajar de carro, evito esse tipo de coisa. Mas tem muita gente ainda que está com o coração aberto para escutar o outro, para aplaudir talentos. Enquanto isso houver, haverá esperança”, encerrou.
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