Guilherme Boulos (PSOL), segundo colocado na disputa pela Prefeitura de São Paulo, concedeu sua primeira entrevista após a derrota nas eleições, e chamou atenção ao classificar que existe uma tentativa de “americanização” da política brasileira nos planos de parte da esquerda em se alinhar ao centro.
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Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, o deputado federal afirmou que perdeu a eleição não por Ricardo Nunes (MDB), mas por um consórcio entre a burguesia, o centrão e a mídia liberal que pretende colocar o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na terceira via contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2026.
“A extrema direita brasileira fez uma disputa cultural e ideológica de valores na base da sociedade, e deixou a esquerda na defensiva. O que está em jogo, a partir de agora, é o que nós, da esquerda, vamos fazer para que a gente não sofra uma derrota histórica [na campanha à Presidência em 2026] que inauguraria um longo ciclo da extrema direita no poder no Brasil”, avaliou Boulos. O psolista, então, ressaltou a teoria da “americanização” da política brasileira.
“Um sonho reúne um segmento que vai do [presidente do PSD, Gilberto] Kassab ao João Campos [prefeito reeleito do Recife pelo PSB], que é o de uma americanização da política brasileira, com democratas contra republicanos [referindo-se aos dois principais partidos dos EUA]. Centro contra a extrema direita. Ou seja, a utopia de uma sociedade sem esquerda”, disse Guilherme Boulos, que não escondeu sua preocupação pelo próximo pleito eleitoral, após os resultados das eleições municipais.
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“Se a esquerda, agora, lambendo as feridas da derrota, cair nesse canto de sereia, cometerá um suicídio histórico. A extrema direita está construindo uma hegemonia de pensamento, inclusive em setores populares. Se não sairmos da defensiva, ela vai se consolidar. A perspectiva é sombria. Precisamos ir para a disputa”, pontuou o político.
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